sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

PASSO A PASSO DE UMA CESARIANA!

Eu preciso descrever passo a passo sobre a minha experiência com a cesariana, como sabem me preparei para um parto normal, e fui surpreendida por uma cesariana!!! E após o parto, não conseguia esquecer esse momento, o tempo todo passava pela minha cabeça tudo que vivenciei.

Primeiramente colocam você sentada, então aplicam a anestesia, não dói, em seguida você perde todo o movimento de suas pernas, é muito estranho, não consegue mais mexe-la.

Você se mantém o tempo todo consciente acompanhando tudo o que se passa ao seu redor, apesar de não sentirmos quando nos cortam para tirar o bebê, eu percebia minha barriga mexendo para lá e para cá. É uma sensação muito esquisita, eu fiquei enjoada, de tanto mexerem na minha barriga e tive vontade de vomitar, viraram meu pescoço de lado, mas não vomitei, era apenas a sensação de enjoo.

Depois de algum tempo, houve o choro de minha filha, me emocienei e chorei, não pude vê-la imediatamente, a levaram para tirar o mecônio que ela havia engolido, enquanto isso meu médico continuou mexendo na minha barriga. Após pesarem a nossa filha, meu esposo gritou: ela pesou 4,275 gramas!! Foi o maior bebê do berçario, todos queriam conhecê-la.

Quando trouxeram Mariana para eu ver, lhe dei um beijo e pude ver o rostinho dela, aquele rostinho que durante 9 meses imaginei como poderia ser.
É uma emoção que não da para descrever!!! Ser mãe, uma experiência fantática!

Meu esposo filmou todo o parto, e acompanhou nossa filha até o berçario, filmou primeiro banho dela e ficou o tempo todo ao lado de nossa filha, enquanto isso eu fui levada para a sala de recuperação da cirurgia até que recuperasse os movimentos de minhas pernas e como todos sabem a Unimed tem problemas de superlotação nos leitos, então após ja estar pronta para ir para o quarto, ainda fiquei mais duas horas esperando até que me levassem para o quarto e eu esperava ficar num quarto particular e minha surpresa foi grande quando fui levada para a enfermaria, onde dividiria o quarto com mais duas mamães!

O problema era que meu esposo poderia ficar comigo até as 21 horas, depois eu teria que ficar sozinha e se nossa filha chorasse levantar para cuidar dela, como eu faria isso, morrendo de dor em cima da cama??? preferi não arriscar, se eu tivesse ido para o Hospital Santa Lucinda, lá eu teria direito a um quarto particular... então pedi para que chamassem meu esposo e me recusei a ficar naquele quarto. Meu esposo chegou e após conversar na administração, ficou decidido que pagaríamos a diferença do quarto, um pouco mais de R$ 200,00 por dia.

Então fui levada para o quarto particular, com tv e privacidade!!!
Nem preciso comentar que senti muita dor, minha cesariana não foi igual a de algumas amigas que alegam não terem sentido nada, eu estava usando sonda para fazer xixi, mas fui informada que no dia seguinte após o parto pela manhã teria que levantar para tomar banho, e que uma enfermeira me ajudaria nessa tarefa.

" Como conseguirei levantar da cama, ir caminhando até o banheiro e ainda por cima tomar banho, se mal consigo tocar em minha barriga, ou encostar próximo da barriga"???? Perguntava para mim mesma!

Meu esposo levantou para olhar Mariana durante a noite quando ela acordava, eu não podia me levantar.
E quando as enfermeiras me pediam para virar de lado para tentar amamentar, era muito difícil, ficava com o corpo todo torto, não podia amamentar (depois escreverei sobre esse assunto) e não podia me mover.

A experiência de levantar da cama não é nada boa, parece que você está com um peso enorme, você não consegue se levantar de forma ereta, fica curva, com medo que os pontos doam (e doem mesmo!) e você vai como que aprendendo a andar... dando passos pequenos e lentos até chegar ao seu destino, no meu caso, até chegar ao chuveiro. Tomei banho em pé, não desmaiei como ocorre com algumas pessoas.

Apesar de toda a dificuldade é incrível como o banho nos faz sentir melhor... mas tem algumas coisas que ninguém havia me falado:

após o parto temos um fluxo sanguíneo intenso e precisamos usar aqueles absroventes gigantes, os chamados "noturnos", eles são enormes e desajeitados... é humilhante usá-los! E nem pense que a sua barriga desaparece quando você tem seu bebê, ela continua lá, parece que tem outro bebê esperando para nascer, então você escuta de seu médico que terá que andar bastante para soltar "gases"... Primeiro que você quer apenas ficar deitada, segundo que você precisa eliminar gases para sua barriga desinchar... E sabe aqueles inchaços nas pernas e nos pés?? Continuam assim, mesmo após o parto e permancem assim até uns 10 ou 15 dias após o nascimento do bebê.

Minha prima teve seu parto realizado no Japão, a minha sobrinha nasceu de cesariana, mas no Japão o banho ocorre após o 3º dia após o parto, é comum os banhos na cama, com panos umidos. A mãe permance internada por 9 dias, e só sai do hospital quando está pronta para cuidar de seu filho.

No Brasil recebi alta no 3º dia, retirei os pontos 7 dias depois, nessa data (uma semana após o parto) já me sentia melhor, imagine quem permanece no hospital por 9 dias!!!! Sem falar que durante todo esse período faz cursos teóricos sobre vários assuntos ligados ao bebê, pratica o que aprendeu com seu próprio filho.

No Brasil certamente isso ocasionaria muitos gastos, por isso a mulher que passa por uma cesariana volta para casa independente de estar sentindo dor ou não após 3 dias e não após 9 dias! Eu confesso que fui premiada com as dores, não conseguia levantar da cama, sentia muita dor e durante todo esse período o papai assumiu os cuidados com Mariana, trocou fraudas, deu banho, a mamãe apenas amamentou!

Ja disse para o Roberto, se tivermos outro filho, quero que meu parto seja realizado no Japão!!! Parabéns aos japoneses por cuidarem e respeitarem essa fase tão difícil que é a recuperação pós parto, tem a ver com a cultura, com a dignidade da pessoa humana e com a valorização daquela que traz ao mundo uma nova vida!

Eu amo minha filha e por ela passaria por tudo o que passei novamente, vê-la sorrindo compensa tudo! Hoje entendo o significado daquela famosa frase: SER MÃE É PADECER NO PARAÍSO!

DIA 24 DE JANEIRO PEDIMOS PARA MARIANA CHEGAR LOGO!!!

Dia 24 de janeiro de 2010 recebemos a visita da Má e do Fe, vieram nos visitar e aproveitaram para trazer a filmadora emprestada da Fernanda e do Fabricío para podermos filmar o parto.
Confesso que estava ficando muito ansiosa, meu médico Dr. Alfredo estimou a data limite para o parto dia 27 de janeiro, eu imaginei que Mariana fosse nascer de parto normal no dia 23, já que nessa data completava 9 luas crescentes, a mesma lua que engravidei e também era uma data especial para nós, a data que eu e meu esposo nos conhecemos.

Meu médico disse que se ela fosse nascer antes do dia 27, então seria dia 25 de janeiro.
Eu havia me descidido a ter parto normal, por isso não marquei cesariana, mas estava sendo muito difícil esperar, a ansiedade era grande. Minha barriga estava enorme, não aguentava mais o peso dela.

Depois que nossos amigos foram embora, pegamos a filmadora e ficamos filmando mensagens para Mariana, pedindo para que ele nascesse logo, dizendo que estava tudo pronto para a sua chegada. Eu coloquei algumas roupas e fiquei desfilando, enquanto meu esposo filmava, era como se estivesse me despedindo da minha barriga.

Fomos dormir bem tarde, e durante a noite toda tive contrações indolores, por isso não percebi, como durante toda a gestação não tive problemas para dormir, não percebi as contrações quase imperceptíveis, uma leve cólica que não me fez acordar.

Umas 9:30 da manhã acordei e fui fazer xixi, então notei um pouquinho de sangue, bem suave, imediantamente liguei para minha amiga Sonia, que se prontificou a vir me buscar e me levar para meu médico me examinar. Enquanto ligava para meu esposo, para avisá-lo, percebi que a perda de sangue havia aumentado, então corri para o banho e em 15 minutos minha amiga chegou.

Meu médico estava no Hospital Unimed, então no dirigimos para lá, eu estava bem tranquila, e ao me examinar, Dr. Alfredo me informou que a bolsa havia rompido e que eu não poderia ter parto normal, porque Mariana havia engolido mecônio, teria que fazer uma cesariana de emergência.

Não houve tempo de ser transferida para o Hospital Santa Lucinda, onde havia planejado ter minha filha. Me prepararam para o parto e meu esposo chegou, notei que ele estava bem nervoso. Fiz minhas orações, pedi para Nossa Sra. estar comigo durante o parto e fiquei segurando um terço em minhas mãos durante toda a cirurgia.